Turismo de Aventura no Litoral

Turismo de natureza

Empresas de receptivo paranaenses são convidadas pela Serra Verde Express a conhecer o turismo de aventura no Litoral do Paraná.

Representantes de empresas de receptivo de ecoturismo e turismo de aventura de Curitiba e região estiveram reunidas nos dias 7 e 8 de julho em uma expedição ao Salto Morato, no município de Guaraqueçaba, a convite da Serra Verde Express. A expedição teve como foco principal a formação de uma rede de empresas do segmento que possam trabalhar de forma conjunta na comencialização do turismo de aventura no Litoral do Paraná. 

 

Formação de uma rede de empresas

A ideia é, com isso, potencializar as possibilidades de conversão de vendas, dado o know-how já existente dessa rede, que agora está sendo reforçado a partir desse programa de famtours. O ponto inicial do programa foi Guaraqueçaba, que talvez seja o município paranaense que mais oferece a possibilidade de se desfrutar a Grande Reserva da Mata Atlântica

Ainda dentro desse escopo, o programa de famtours busca despertar as empresas convidadas para um novo modelo de negócio que é baseado na economia circular, levando oportunidades de alternativas de renda para as comunidades mais distantes dentro da região turística do Litoral do Paraná

Empresários de Turismo no Morro Quitumbê em Guaraqueçaba. Foto: Ivan Mendes © Lobi Ciclotur

 

O roteiro – Dia 1

O roteiro foi iniciado em Morretes, depois seguiu por 112 quilômetros em direção a Guaraqueçaba, sendo que quase 70 km, no trecho entre Cacatu e Guaraqueçaba, são em estrada de terra. Mas, antes disso, os empresários estiveram na Estação Ferroviária de Antonina, onde foram recebidos pelo prefeito do município, José Paulo Vieira Azim, e pelo secretário de turismo e cultura, Thiago Afonso de Souza e lá, puderam conhecer a Maria Fumaça e o histórico vagão do Getúlio Vargas.

Maria Fumaça na Estação de Antonina. Foto: Ivan Mendes © Lobi Ciclotur

Depois disso, a imersão de fato aconteceu bem no coração da Mata Atlântica, em uma área remota onde está a RPPN Salto do Morato, administrada pela Fundação Boticário. No local há uma queda d’água de 130 metros, que forma belas piscinas naturais.

O roteiro – Dia 2

O pernoite aconteceu na Pousada Biguá, onde os empresários foram recebidos pelos proprietários e pela prefeita de Guaraqueçaba, Lilian Ramos Narloch e seus secretários. Após a recepção foi feita uma roda de conversa, na qual um dos assuntos principais foi a criação de produtos e a necessidade de capacitação e de projetos para o turismo de aventura no Litoral do Paraná

Escalada no Morro Quitumbê vista incrível para a Serra do Mar. Foto: Ivan Mendes © Lobi Ciclotur

No segundo dia, foi a vez de fazer uma caminhada até o Morro Quitumbê e uma visita à comunidade do Rio Verde, onde o tempo é mera questão cronológica. Lá, os visitantes puderam conhecer um pouco do modo de vida das comunidades tradicionais. 

A pluralidade do turismo

Esse tipo de iniciativa reforça a importância de o empresário conhecer os mais variados tipos de turismo e de ter a mente aberta para reconhecer que há público para todos eles. O empresário é um mediador de experiências. Por isso, tem que estar ciente de que o turismo não é estanque e pode chegar aonde menos se espera e pode ser praticado por qualquer tipo de público, independentemente de gênero, classe social ou cultura. O turismo é agregador, não segregador.

 

Ache a família de botos e o Pico Paraná na foto. Foto: Ivan Mendes © Lobi Ciclotur

A iniciativa

A iniciativa de promover o famtour partiu da Serra Verde Express, empresa bastante conhecida por operar os roteiros do trem que faz a ligação Curitiba-Morretes, por intermédio do perseverante Tiago Choinski, que foi o host das empresas durante os dois dias. Uma das ideias da Serra Verde é disponibilizar veículos 4×4 para que essas empresas e agências possam operar seus próprios roteiros de turismo de aventura no Litoral do Paraná.

Tiago Choinski na orla de Guaraqueçaba. Foto: Ivan Mendes © Lobi Ciclotur

Aventura off-road

Fazer esse roteiro é, verdadeiramente, uma experiência para quem gosta de turismo de aventura. O turista pouco acostumado a andar off-road deve ter em mente que são muitos quilômetros de estrada não pavimentada, além da frequente ausência de sinal de internet e telefone (somente TIM e Vivo oferecem conexão, e de vez em quando). A internet na rede hoteleira de Guaraqueçaba também é instável para a demanda.

Land Rover Defender ao fundo a cidade de Guaraqueçaba e o mar. Foto: Ivan Mendes © Lobi Ciclotur

Portanto, é fundamental o desapego e a consciência de que vai estar offline durante a maior parte do tempo. É importante dizer que fazer um roteiro em plena Mata Atlântica por via terrestre se trata de um estilo de turismo contemplativo, o qual fazer com pressa é “contraindicado” e requer tempo e paciência. Para chegar a Guaraqueçaba há ainda a opção via Paranaguá, de onde é possível ir de barco para se ter outro tipo de experiência.

Novos Roteiros

No entanto, o fato dessa região ser ainda considerada remota, abre importantes possibilidades para criação de produtos e roteiros a partir de outros modais, que exigirão muito mais energia pulmonar, é verdade, como a bicicleta e o caiaque. Aliás, é um trecho ideal para quem pratica cicloturismo de aventura.  

Restaurante Palhoça do Marinho em Tagaçaba com uma variedade de pássaros. Foto: Ivan Mendes © Lobi Ciclotur

Grande Reserva da Mata Atlântica: um mundo à parte

Boa parte do litoral paranaense é coberto pela Grande Reserva da Mata Atlântica, um dos seis biomas brasileiros e que ocupa nessa região um dos maiores remanescentes contínuos da Floresta no Brasil. Isso por si só já mostra as potencialidades oferecidas pela natureza e dá a noção de quantos produtos poderão ser criados e potencializados de forma sustentável nesta região.

Cicloturismo e Cicloaventura na Mata Atlântica do Paraná. Foto: Ivan Mendes © Lobi Ciclotur

Projetos e Recursos

A partir disso, aparece um fator importante, a responsabilidade que os governos e iniciativa privada têm na preservação e uso consciente dessa riqueza. Grande parte das gestões municipais alega não ter recursos para o desenvolvimento do turismo, elegendo outras prioridades. O CEO do Lobi Cicloturismo, Ivan Mendes, destaca um importante ponto. “Não existem municípios sem recursos, existem municípios sem projetos”, diz. Isso quer dizer que não ter recurso não é desculpa para não desenvolver, afinal turismo é economia sustentável e inteligente. 

Valorização da cultura

Na noite da recepção na Pousada Biguá, onde os empresários ficaram hospedados, eles puderam assistir a uma apresentação de fandango, dança típica caiçara que busca resgatar e manter a identidade cultural dessa população. Esse fato é citado para demonstrar o quanto é importante que a comunidade receptora do turista deve ser incentivada a valorizar a própria cultura. Ivan Mendes ressalta que “uma cultura que não se valoriza, não tem identidade”.

Land Rover Defender, o veículo ideal para essa experiência. Foto: Ivan Mendes © Lobi Ciclotur

Turismo de natureza em alta

Com a pandemia, o turismo de natureza, especialmente aquele praticado ao ar livre, está em alta. Destacamos que essa modalidade é muito mais em conta que o turismo massivo e conecta o turista com experiências ímpares, bem como com gastronomias únicas, saberes distintos e, claro, com a história. 

É uma excelente oportunidade para o turista conhecer novidades e grande parte da história do Brasil, com a sua natureza, as suas montanhas e, claro, o seu povo! 

Edição, produção e direção: Ivan Mendes. Texto: Tiago Piontekievicz © Lobi Ciclotur